sábado, 29 de setembro de 2012

Caco responde perguntas feitas por fãs:


A revista Its separou algumas perguntas feitas por fãs: 


Ketlyn Mattos Oliveira: Qual é a música que cada um dos integrantes mais identifica com com sua própria vida?
Conrado: Essa é difícil de responder, pois sempre tem uma música que vai ter um significado maior em um determinado momento da vida. No meu caso, “Hoje o céu abriu”, esta é a que mais se encaixa na minha fase atual.

Darlan Junckes: Existe alguma inspiração especial para a criação de música?
Conrado: O cotidiano é sempre a maior inspiração. Escrever sobre coisas reais sempre dá uma energia especial para a música, que faz com que as pessoas se identifiquem com ela.

Leila Lima: Vocês acham que o rock está perdendo espaço na música por causa da atual diversidade musical no Brasil (funk, sertanejo universitário, etc)?
Conrado: O rock sempre vai ter o seu público, mas é claro que existem fases em que as pessoas no geral estão mais ligadas em outros tipos de músicas, como está acontecendo agora. Mas é natural esse “boom” de outros estilos, pois acredito que existam ciclos dentro do mercado musical.

ConrasTeam: No novo disco, qual é a música preferida de cada um de vocês e o que rolou de engraçado durante as gravações?
Conrado: A escolha do single, pela quarta vez foi por unanimidade e quase anunciada em UNÍSSONO, rs.

Bianca Waltrick: Qual foi a primeira música composta para o novo álbum? O processo de criação das músicas para o álbum “Em Comum” foi mais tranquilo ou complicado em comparação aos outros álbuns?
Conrado: Que eu me lembre a primeira faixa a ser finalizada foi a própria Em Comum, que foi meio que um laboratório para sabermos como seria a cara desse disco… Mas o processo de gravação foi bem tranquilo, apesar de estarmos com um prazo menor do que para os outros discos, temos uma liberdade muito grande para produzir junto com o Rick [Bonadio].

Rayssa de Paula Vasconcelos: Com tantas coisas que rolaram e estão rolando, como o Rock in Rio e a tour no Japão, quais são os planos para o futuro?
Conrado: Estudar e evoluir cada vez mais, pois tenho certeza que assim mais portas irão se abrir.

A Its perguntou também, quem era o mais bagunceiro da banda e o baixista respondeu o seguinte: “Vixi.. bagunceiro de ‘desorganização’ é o Gee, agora de zuera é o Dani… e modéstia à parte eu sou o mais organizado rs. E pior que é verdade. “

"A gente busca ter longevidade na carreira, não podemos pensar que já estamos resolvidos." Fi em entrevista a Bah!

O guitarrista Fi Duarte abriu um tempinho na agenda para bater um papo com o Bah! por telefone. Confira um trecho dessa conversa sobre as novidades da NX Zero:


Bah! - Como vocês percebem a bagagem da banda e o amadurecimento de vocês nesse novo álbum?
Fi Duarte -
 Pra gente, que está vendo a parada de dentro, é diferente. Mas sentimos, tanto pela naturalidade como tudo saiu como pelo tempo em que conseguimos deixar o disco pronto, que a gente está mais seguro do que pode fazer. Estávamos lançando novas músicas desde o começo do ano, para diferenciar também dessa coisa de lançar um disco, daí trabalhar ele, e depois esperar todo um tempo para lançar outro. A gente já estava ansioso para fazer outro disco de inéditas e foi exatamente esse lance de estar mais seguro para fazer um novo. Então não saiu só mais um igual ao que já foi feito, mas bem diferente da linha dos outros, mais instrumental, uma coisa mais madura.

Bah! - Como está sendo a resposta do público com o single Maré?
Fi -
 A galera está gostando bastante, é som que a gente mais curte do disco. É uma música um pouco mais introspectiva. O Di escreveu a letra de um jeito diferente, fez na praia no fim de ano, e depois a gente arranjou de uma forma que nunca tinha feito antes. Foi meio que uma das primeiras faixas do CD que a gente fez e até demos uma segurada para divulgar.

Bah! - Muito louca a capa do novo álbum. Quem fez, qual a inspiração e qual a ligação dela com o contexto do disco?
Fi -
 Esse lance da arte é do artista Flavio Rossi. A gente conheceu o trabalho dele em um restaurante em São Paulo, quando estava na época de produção da música Em Comum. Pensamos em mostrar a música e pedir para ele fazer a arte, falamos sobre a ideia da letra e ele fez a primeira capinha, que foi usada no iTunes. Depois, com o lançamento das outras faixas, fomos pedindo os trabalhos de acordo com música. Então saiu o disco e ele faz uma arte que consegue ilustrar tudo o que o disco tem. É uma capa com várias faces, que é esse lance que a gente tem na música.

Bah! - Nos shows de agora, como é conciliar tantos sucessos com um álbum tão diferente?
Fi -
 É legal, porque a gente acabou fazendo dois formatos de show. O show da turnê, que dá uma renovada no set list com músicas do disco novo e também tem aquelas músicas que tem que ter no show. Mas a gente está louco para tocar as faixas novas, estamos muito na pilha. Tem todo um cenário novo. Também começamos a fazer uma parada para lugares pequenos que é uma turnê chamada Set List, onde o público que for no show monta o repertório. Os fãs entram no site, escolherem as músicas que querem curtir em um determinado evento e as mais votadas vão para o set list, é um projeto restrito para fãs, para quem quer ver músicas que gosta ou que há tempos não ouve.

Bah! - Vocês já estão consagrados na cena do rock nacional. Como é trabalhar com a consciência de que deu certo? Ainda há muita pressão da mídia pelo que vocês vão produzir?
Fi –
 A pressão é mais da nossa parte mesmo. Você sempre quer dar um passo para renovar as coisas, não pode se acomodar e achar que é isso. Tem que buscar evoluir de alguma forma e a gente busca ter longevidade na carreira, não podemos pensar que já estamos resolvidos. Muita dificuldade já passou, mas sempre há uma nova barreira para superar. O rock no Brasil não é coisa fácil, a gente faz parte de um grupo seleto que conseguiu abertura no mainstream e queremos manter nosso trabalho cada vez mais consistente.

Bah! - Como vocês enxergam a banda daqui pra frente? Já realizaram tudo o que desejavam ou ainda tem algum sonho que consideram muito distante?
Fi –
 Queremos conseguir uma nova fase no rock. A gente foi uma das bandas da nova geração que conseguiu se manter, conseguiu consciência de que não era brincadeira e mostrou que não era banda de uma proposta só de imagem. Nossa ideia é basicamente valorizar o rock e mostrar para a galera que tem rock no Brasil. O lance da turnê no Japão abriu uma porta que a gente quer explorar um pouco mais, que é tocar para brasileiro que mora fora e a gente vai tentar ir trabalhando isso.

Bah! - Como é pra vocês tocar no Rio Grande do Sul?
Fi -
 O Sul é um dos lugares que a gente mais gosta, desde a época independente fez grandes shows aí, lendários. Lembrio quando ainda fazíamos turnês de van para Porto Alegre, tipo ia de pinga pinga mesmo, ficava seis horas na estrada, fazia o show ia para a estrada de novo. Bem roots. É um lugar que a gente tem bastante carinho e muita gente aí viu nosso crescimento.

Bah! - Como foi sua recente turnê no Japão?
Fi –
 Foi muito legal conhecer o Japão, uma cultura diferente, de muita disciplina. O lance do show que a gente fez foi basicamente para brasileiros, tinha uma pequena galera japonesa. O cara de uma rádio de lá tocou a música Cedo ou Tarde e as pessoas ficaram curiosas, começaram a pedir a tradução dessa música. Teve uma menina que fez uma versão em japonês e até cantou com a gente no show em Nagoya. A galera pirou, foi um momento muito legal essa junção. Aí você vê que o negócio não tem barreira mesmo, lá do outro lado do mundo a pessoa ouve a música e faz sentido para ela, é isso que importa. 

Di Ferrero: “O novo disco mostra que amadurecemos com o nosso público” :

A Ig entrevistou o Di, que falou sobre o novo CD e o assédio dos fãs.


iG: O que o “Em Comum” traz de novidade para o som do NX Zero? 
Di Ferrero:
 Para nós, é uma grande mudança, no bom sentido. Claro, a nossa essência sempre vai ser rock’n roll, acho que todo mundo já entendeu o nosso som. Mas nesse disco a gente pode colocar mais as nossas influências para fora.
iG: Que influências são essas?
Di Ferrero: Tem o rock brasileiro dos anos 1980 e 1990, que nós todos ouvimos. Ultraje [a Rigor] ,Legião [Urbana] , Barão [Vermelho] , RPM , é uma escola para todo mundo. Acho até que fica feio ser um artista brasileiro hoje e não ouvir isso. Fora do rock, tem coisas com mais groove, tem Chico Buarque, Cartola, Zeca Pagodinho . São paradas diferentes que não têm a ver com o nosso som, mas fazem sentido quando fica tudo junto.
Leia mais:

Os meninos do NX Zero mostram seus outros talentos:

TV OCultural entrevista NX Zero:

NX Zero conta para a Rolling Stone sobre sua viagem ao Japão:

domingo, 2 de setembro de 2012

Gee Rocha fala sobre o novo disco, carreira e mais:


São três anos entre o lançamento de “Sete Chaves” e “Em Comum”. Por que ficamos tanto tempo sem material inédito do NX?
Gee Rocha: lançamos “Sete Chaves”, que foi bem bacana, e só trabalhamos duas músicas desse disco porque logo em seguida veio o “Projeto Paralelo”, que é um disco com músicas nossas remontadas por rappers. Depois desse trabalho, nós fizemos o “NX Zero 10 anos”, que foi ano passado. Completamos 10 anos e não tínhamos nenhum trabalho ao vivo! Ficamos esse tempo todo sem música inédita; a cabeça começa a pensar diferente e como é um tempo de três anos, parece curto, mas é o suficiente para dar um passo diferente dos outros discos. É isso que sentimos nesse novo disco: naturalmente começamos a fazer coisas diferentes dos outros álbuns. A forma de pensar sobre a composição das músicas.

O que o público pode esperar do NX na turnê de divulgação? Vocês vão priorizar o disco novo ou mesclarão algumas músicas novas com os hits consagrados dos discos anteriores?
Gee Rocha: quando for um evento só nosso, nós iremos fazer o show “Em Comum”, que já está pronto. Vai ter cenário, inclusive. Nós estamos priorizando fazer um espetáculo, pois queremos evoluir nessa questão. Quando for feira ou show de prefeitura – desses que a galera espera o ano inteiro pra curtir a festa da cidade -, não tem como deixar de tocar as músicas que se tornaram conhecidas nas rádios. E ainda tem o show “Set List”, que vai rolar durante os dias 20, 21 e 22 de setembro. Vamos fazer o show que é montado pelos fãs. A pessoa vai até o nosso site e escolhe o repertório que ela quer que a gente toque. 
O Di Ferrero revelou que escreveu a maioria das letras das músicas “olhando para o mar”. A concepção dos arranjos se deu em que atmosfera?
Gee Rocha: vou de dar o exemplo de “Maré”, que é a música que estamos trabalhando. Eu estava passando férias na praia e teve um dia que eu estava com o violão na mão e acabou que saiu uma bossa nova. A música nasceu como uma bossa nova, ou uma lembrança de bossa nova porque eu não sou músico de bossa. Em seguida, levei o material para a banda e falei que a música era meio bossa nova, mas a partir do momento que entrasse a banda ela seria NX Zero. E foi exatamente o que aconteceu! Começamos a abrir o leque de notas, de composições… Muitas das músicas eu fiz na casa de minha mãe, pois a minha casa tá em reformas. Eu estava longe de casa, mas sempre com violão na mão. Quando chegava a madrugada, lá estava eu fazendo música. Tem também o fato de que agora estamos com 26/27 anos e acaba que surgem mais problemas, e coisas boas também, e o mundo acaba sendo visto da forma como ele realmente é. Creio que as músicas foram feitas com base no lance de você pensar mesmo no que está acontecendo hoje em dia e nas coisas que se passam. Depois de 10 anos de NX Zero, eu pensei em uma nova roupagem para a banda. Creio que aconteceu isso nesse disco e acredito que a banda toda estava com a ideia de querer somar, crescer e evoluir. 
O disco começa dizendo que hoje é dia de “esquecer e acordar” e termina dizendo que “nada mais é como era antes”. Esses versos são indícios de que o NX entende que é hora de conquistar um público menos adolescente?
Gee Rocha: nosso público é diversificado. Tem o público mais moleque, tem o público da nossa idade, que cresceu, trabalha, faz faculdade… Mas nunca procuramos saber qual seria exatamente o nosso público. E isso (conquistar um público menos adolescente) é algo quem vem acontecendo. Com a música “Maré”, e com esse novo disco, aconteceu de várias pessoas, talvez um pouco mais velhas, começarem a gostar de NX Zero e eu creio que esse disco é um pouco mais voltado pra galera mais velha. É um disco que será mais facilmente entendido por quem tem a nossa idade. É um disco mais difícil, mas é a nossa aposta e é o que estamos vivendo hoje. Mas é muito legal o fato de que a molecada, que sempre esteve conosco, continua antenada no que estamos fazendo. Eu tenho visto ótimos comentários sobre esse disco. A galera realmente gostou e tem um pessoal um pouco mais velho, que antes não curtia, e de repente está começando a se interessar por nós e isso é bem bacana. 
No disco há referências a Cazuza, Zeca Pagodinho e uma clara influência do som do Foo Fighters. Além destes baluartes, quem mais serviu de inspiração para a empreitada?
Gee Rocha: Cada um da banda tem uma referência muito pessoal. Falando por mim, eu tenho escutado muito John Legend e também John Mayer, que lançou um ótimo disco novo. Tem um ao vivo do John Mayer que eu vejo no telão e ‘tô amarradão’ nos timbres de guitarra, no lance de cantar e no feeling! Então eu creio que esse nosso disco novo tem muito desse lance de buscar a questão do sentimento na hora de preparar os arranjos, as letras e as gravações. Não é só o lance de tocar na rádio. Antigamente nós éramos mais inocentes. Hoje em dia eu acredito que buscamos alternativas para sempre valorizar o som, valorizar uma história e isso provoca um lance muito legal entre a gente e nos proporciona um fortalecimento no conceito da banda. 
Comercialmente falando, o NX sempre vai muito bem. Diante da atual situação do mercado fonográfico, qual é a receita para que “Em Comum” possa manter esta boa relação da banda com o mercado fonográfico?
Gee Rocha: estamos buscando alternativas. Tanto que o iTunes chegou no Brasil em dezembro do ano passado e disponibilizamos lá a primeira música, que foi “Em Comum”. Agora o disco está todo lá. Acredito que ainda demore um pouco para engrenar esse lance de vender música através da internet, mas a galera já entendeu a importância que tem para uma banda a questão das vendas de disco. A galera percebeu que não é simplesmente pela gravadora. Tem relação com o lance de a banda ter a possibilidade de fazer um trabalho mais bem acabado. Mas não é só a venda de discos: é preciso fazer bons vídeos, buscar por algo que ninguém ainda tenha feito e que gere identificação para com o público. 
Fonte: cifraclubnews

"Provamos que não somos só uma banda de moleque" Dani em entrevista ao R7

R7: O lançamento de Em Comum trouxe à tona o amadurecimento do NX Zero e acabou trazendo um público mais velho, que passou a admirar e reconhecer o trabalho da banda. Vocês sentem que essa transição aconteceu de forma natural?
Di Ferrero: A gente sente que esse amadurecimento aconteceu de um jeito normal. Afinal, a gente cresceu também. Não dá pra negar isso! Passamos por várias coisas. Não temos mais vinte anos como antes. Isso acaba aflorando nas músicas e na bagagem que acumulamos.
Dani Weskler: Já são três anos desde o último disco de inéditas. Foi tempo suficiente pra mudar muita coisa...
Gee: Achamos legal o público mais velho passar a curtir nosso trabalho. Já ouvimos bastante elogios com Maré e até a música Cedo Ou Tarde, que já é velha, acabou caindo no gosto dos fãs que não são tão jovens assim.
Dani Weskler: Antes a galera ficava muito presa e limitada, mas provamos que não somos só uma “banda de moleque”. Acho que o tempo passou e todo mundo foi se dando conta de que as coisas não são bem assim. Elas se permitiram parar e ouvir as nossas músicas!

R7: Na opinião de vocês, nesses dez anos de carreira, o que mais mudou na história da banda?
Dani Weskler: O que mais mudou nesses dez anos de estrada foi a bagagem. Como pessoas, nós continuamos os mesmos. A gente continua se respeitando e passou a acumular uma bagagem musical muito maior.
Gee: O que é mais legal também é que vivemos as fases do NX de acordo com as nossas idades.
Di Ferrero: Outra coisa que mudou bastante foi a estrutura. Antes, era zero! [risos] Agora,  temos equipe, assessoria de imprensa, uma galera que é essencial pra nós. E a gente também não para de fazer as coisas, somos independentes, não conseguimos deixar todo mundo fazer tudo por nós.

R7: Quais são as músicas que vocês mais gostam do novo álbum?
Caco: Música é que nem filho, você não tem um preferido! [risos]
Gee: Eu não ia falar, mas a minha favorita é Maré...
Di Ferrero: Difícil escolher, mas acho que Ligação também é outra canção que a gente notou que todo mundo está curtindo bastante.
Dani Weskler: Eu gosto de Espere Um Sinal.

R7: Quais foram as maiores inspirações pra compor as músicas de Em Comum? Como surgiu esse novo CD?
Di Ferrero: Esse disco foi diferente de todos os outros. Nós inventamos coisas e situações. Antes, na hora de escrever uma letra, a gente tinha que buscar algo dentro de nós. Conversávamos muito e de algumas vivências nossas a gente tirava as composições. Dessa vez, criamos coisas! Esse CD teve um desprendimento total, conseguimos falar sobre outros assuntos que a gente ainda nem tinha abordado em outros trabalhos.
Dani Weskler: Foi bem ao estilo Chico Buarque!
Gee Rocha: Concordo com o Dani. Também acho que tem muita coisa relacionada à vida dele [do Chico Buarque]. Acho que esse CD foi mais interior, algo mais intimista e pessoal...
Di Ferrero: Na realidade, o álbum aconteceu de uma forma muito louca. A gente tinha acabado de lançar o DVD comemorativo de 10 anos. Aí, no estúdio, a gente passou a ouvir muito John Mayer, Ben Harper, Norah Jones, John Legend. Também ouvimos muita música brasileira dos anos 80. Coisas que a gente precisava conhecer melhor, pois não eram da nossa época.
Dani Weskler: Escutamos desde Capital Inicial até Legião Urbana e Ultraje a Rigor... Biblioteca básica! [risos]

R7: Com a agenda lotada, como fica a vida pessoal? O que vocês mais sentem falta de fazer, que hoje já não conseguem mais por conta da turnê de shows?
Dani Weskler: Dormir! [risos] Na realidade, são fases, né? Por exemplo, quando você está gravando o disco, por mais que tente sair com os amigos, a cabeça fica 100% naquilo. É muita correria!
Caco: A gente não consegue em nenhum momento se desligar do trabalho, é complicado.
Di Ferrero: Mas acho que melhoramos bastante nesse sentido. Antes era uma ansiedade só! Principalmente quando a gente ia participar de algum programa na televisão. Eu mal conseguia respirar direito... [risos]
Dani Weskler: Isso que o Di falou é verdade. O nervosismo mexia com o nosso psicológico! Às vezes, até rolava um stress entre todos nós, discutíamos por alguma coisa que um não concordava com o outro. O que é normal. Mas, com o tempo, aprendemos: a gente sabe dividir trabalho e amizade.
Fonte: r7.com

NX Zero amadurece e inova em novo álbum:


André Henriques
Esqueça o que já ouviu sobre NX Zero. Em Comum, que acaba de chegar às lojas, tem músicas diferentes, com pegada mais clean. O D+ conversou com os integrantes sobre a fase madura. Três anos após Sete Chaves, último disco de inéditas, Di Ferrero conta que foi a hora de experimentar. "Fizemos algo simples. Antes a gente só queria solar e eu cantava o mais alto possível. Agora pensamos na música como um todo."


O CD com 12 faixas pode ser dividido em mensagens de fé, reflexão e amor. Antes as composições eram feitas com base em situações reais. Agora, Di garante que não precisa mais viver para escrever. O vocalista incluiu novos elementos. "Nossa essência está ali, mas fizemos testes porque nos sentimos mais seguros. Os fãs cresceram com a gente e esperavam novidades. Temos de arriscar e ousar", diz.

A capa do CD foi feita pelo artista Flávio Rossi, que criou o desenho após ouvir as canções. Os meninos estão focados no trabalho e descartam projetos solos. "O NX é nossa vida e toma a maior parte do tempo, mas todo músico tem a sua hora", ressalta.


O CD aborda assuntos sérios como fé e amor. Em Guerra por Paz a ideia é de reflexão. "A música surgiu de um sonho. Depois incrementei com se fosse uma pessoa que caísse de paraquedas no mundo e perguntasse por que estamos brigando por paz", explica Di. Pedido lembra sons antigos da banda. "Tem muito do NX Zero de antes pela letra e a parte instrumental. Para criá-la imaginei uma situação de um pai ausente. Acho que todo mundo já deve ter dito uma conversa com os pais em que eles dizem que daqui para frente é por sua conta. Já passamos isso com a nossa família. Começamos a fazer shows muito cedo, tínhamos 18 anos. Lembro que mudei a letra várias dessa música", diz.

Sobre o Japão: "Um brasileiro que trabalhava em uma rádio de lá colocou a nossa música. Uma menina fez uma versão de Cedo ou Tarde em japonês. Nós a chamamos para cantar no palco" -Di 
"Em uma noite estávamos jantando e experimentamos algo com gosto e aspecto estranho. Depois descobrimos que era intestino de porco cru" -Fi 
"Eles são muito organizados. É um país pequeno, com muita gente, que enfrenta desastres, tsunamis, terremotos e conseguem se organizar de forma disciplinada onde tudo funciona" -Caco

Fonte: dgabc.com

Heloisa Tolipan entrevista Dani:


A banda acaba de voltar para casa após turnê de três shows em sete dias no Japão, com gafanhotos ao chocolate no estômago e o animado público de olhos puxados na memória, já conquistaram um espaço cativo no cenário musical brasileiro (distante do rótulo de ‘emo’, vale dizer), se desprenderam de qualquer amarra musical que ainda pudesse estar nos cordões de seus instrumentos, e, em setembro, retornam ao palco do Hangar 110, tradicional casa de shows underground em São Paulo, que lotaram por diversas vezes no início da carreira, com o Setlist NX Zero, um show especial montado de acordo com os pedidos musicais do público.

Heloisa Tolipan: O que vocês fizeram nesses três anos além de elaborar o 'Em comum'?
Daniel Weksler: Além de lançarmos um DVD ao vivo, comemorando os 10 anos da banda, e a turnê dele, o Conrado gravou algumas músicas no estúdio dele, o Di escreveu várias músicas, eu toquei um projeto com o Reginaldo (Lincoln), do Vanguart, e também fizemos o Projeto Paralelo (empreitada que reuniu diversos convidados, como Emicida e Criolo). Com o tempo, é normal qualquer banda parar um tempo para que seus integrantes foquem em seus respectivos projetos paralelos, mas achamos meio cedo para embarcarmos nessa e decidimos fazer um projeto paralelo com todos juntos. Até achamos que o Projeto Paralelo nos traria mais colaborações e influências para esse novo CD, mas achamos que, se não rolou, é porque não era a hora. Preferimos priorizar um disco de composições, sem participações especiais. O Gee é enlouquecido no PP e talvez tenham mais convidados na próxima edição.

HT: A leveza que encontramos nas letras das faixas de ‘Em comum’ é um reflexo do espaço que vocês já conquistaram no mercado?
Daniel: Percebo muito essa leveza por conta das nossas influências. Durante um ensaio, por exemplo, o Di nos entregou a música Maré e disse: ‘fiz uma bossa nova’. Olhamos meio torto de primeira, mas ao invés de bloquear essas ideias novas, decidimos olhar por um lado bom. A música era super calma, meio Norah Jones, e deixamos com a nossa cara. Agora o Di está morando no Rio, e escreveu a música Sem hora para voltar olhando para o mar, sentado na praia. A segurança está na liberdade que a gente conquistou.

HT: Quando vocês estouraram no Brasil inteiro receberam o rótulo de ‘emo’, assim como os meninos do Restart e Banda Cine recebem hoje o de 'banda colorida'. Hoje, vocês se vêem totalmente livres desses rótulos?
Daniel: Nunca estivemos muito presos a esses rótulos. No início, acho que recebemos essas ‘etiquetas’ por sermos muito molecões, mas, conforme o tempo passou e tivemos espaço para mostrar o nosso trabalho, a galera percebeu a nossa identidade, a nossa vibe. Sempre digo para as pessoas: ao invés de rotular, simplesmente escuta a nossa música, assiste ao nosso show e permita que você se emocione. Se continuar achando isso tudo, beleza.

HT: O que vocês pensam sobre essa história de 'o rock acabou'? Bandas novas que tentam trazer alguma novidade para o universo do rock acabam não sendo abraçadas pela parte mais tradicional do público. O que você acha desse 'engessamento' do rock?
Daniel: Difícil falar sobre isso agora porque estamos em um momento de transição, é mais fácil analisar daqui a alguns anos, quando tivermos mais material para isso e o distanciamento necessário. Agora, muita coisa está acontecendo e muitas bandas, surgindo. Pensando rápido, não consigo lembrar de nenhuma banda nova de rock nacional que tenha chamado a minha atenção. Acho que o mais importante é não ficar preso ao título de ‘rock’. Vejo gente que é muito mais rock ‘n roll do que os que se dizem roqueiros, como o Emicida e oCriolo, por exemplo. Ser ‘do rock’ não é só tocar guitarra, ter cabelão e fazer shows bêbado, a atitude é o mais importante.


HT: Vocês estão lançando um novo formato de show, o Setlist NX Zero, em que os fãs vão escolher mais músicas serão tocadas no palco. Como surgiu essa ideia? O show vai viajar o país inteiro ou serão só essas apresentações no Hangar 110, em São Paulo, nos dias 21, 22 e 23 de setembro?
Daniel: Surgiu em uma reunião que temos periodicamente com o Rick Bonadio, justamente para trazer novas ideias. Ele pensou em fazer alguma coisa que pudesse trazer de volta o público que ia aos nossos shows no início da carreira e também atrair quem não nos conheceu lá no início. Durante o nosso show normal, de uma hora e vinte minutos de duração, ficamos um pouco presos às músicas de trabalho e muitas músicas de vários discos ficam de fora. Agora, queremos priorizar as que não foram trabalhadas e as que a galera gosta e nunca pôde ver ao vivo. Vamos rodar o país com o Setlist NX Zero paralelamente com a turnê Em Comum, sempre em casas pequenas, como o Hangar 110.
HT: Vocês acabaram de voltar de uma turnê de três shows no Japão. Como foi a viagem?
Daniel: Foi uma doideira. Sempre tivemos o sonho de sair do Brasil e, logo na primeira vez, fomos para o outro lado do mundo. Foi muito doido, a expectativa, muito grande. A galera de lá é o máximo, a cultura japonesa é sensacional. Fomos pensando que tocaríamos apenas para a colônia brasileira de lá, mas descobrimos vários japoneses que não falam português se identificando com a nossa energia sem nem saber o que estávamos cantando. Inclusive, uma japonesa casada com um brasileiro fez uma versão de Cedo ou tarde e cantou com a gente no palco em um dos shows. Não foi simplesmente uma viagem, rolou uma interação com a galera.